domingo, 21 de junho de 2020

O que é um Cristão? 4/12 Justificação e Santificação (parte 4)



Mas o Cristão não é apenas justificado, ele também é santificado; ele é um santo (observe que as Escrituras não dizem, como os homens pregam, que alguns poucos Cristãos mortos são santos, mas, pelo contrário, que todos os Cristãos vivos são santos). Isso pode surpreender alguns que estão acostumados com a expressão teológica usual, que justificação é um ato feito de uma só vez e que santificação é gradual e progressiva. Não se nega, é claro, que exista tal coisa como uma santificação gradual, isto é, um aumento de santidade do andar do indivíduo que, permanecendo no Filho, cresce de uma criança pequena para um jovem e de um jovem para um pai na família de Deus (veja I João 2:13; Efésios 5:26). Esse crescimento é uma questão de profunda importância e Deus nos livre de fazer pouco caso disso. Não obstante, ousadamente se afirma que o Cristão das Escrituras, segundo uso comum do termo, é um santificado, ou santo: entende-se, não apenas os especialmente santos no andar, mas aquele que é separado para Deus, pelo chamado de Deus. O Apóstolo Paulo, depois de enumerar uma lista terrível de pecados, prossegue dizendo: "Tais fostes alguns; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus" (I Coríntios 6:11). No segundo verso do primeiro capítulo da Epístola, Paulo escreve aos coríntios, os quais são santificados em Cristo Jesus, chamados santos. Esta última expressão não é muito clara no Inglês*. No Grego é bastante claro "santos por chamamento"; isto é, pelo chamado de Deus. Em Hebreus 10:10 está escrito: "Na qual vontade" (a saber, a vontade de Deus) "temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez". O Apóstolo Judas também fala dos crentes como "santificados por Deus o Pai" (versículo 1). E deve-se ter em mente que Jesus Cristo é a nossa Santificação, assim como a nossa Justiça (I Coríntios 1:30). Essa santificação será melhor compreendida pelas palavras de nosso Senhor: "E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade" (João 17:19). É evidente que o Senhor não poderia ser feito santo, porque Ele sempre foi santo; mas Ele foi separado como O Santo para um propósito especial: e assim os crentes são separados como santificados, ou santos; não pela santidade do andar, mas pelo chamado e vontade de Deus, embora o resultado dessa santificação deva ser, de fato deva ser, a santidade do andar. Qualquer um que pegue uma concordância bíblica e procure a palavra "santos" encontrará que, em Atos e nas Epístolas, os crentes são chamados santos mais de cinquenta vezes, e que a palavra é sempre aplicada a todos os crentes, e nunca para certos crentes especiais, cujo andar era mais santo do que o dos outros. Além disso, Deus nunca chama crentes de pecadores. Pelo contrário, a Escritura diz: "sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8); claramente implicando que não somos assim agora. A passagem em I Timóteo 1:15, que às vezes é mencionada, é dita pelo Apóstolo Paulo sobre si mesmo e nisso ele está se referindo ao que ele fez no seu estado não convertido. Portanto, é muito evidente que o povo de Deus é, aos Seus olhos, santificado ou santo, e não pecador.


*Nota do tradutor: do mesmo modo no Português.


Tradução do livro "What is a Christian?" de S.L. Jacob (1845-1911). Disponível em STEM Publishing: https://www.stempublishing.com/authors/Jacob/Jacob_What_is_Christian.html  Traduzido por André Boechat. andreestudosbiblicos.blogspot.com @andre_boechatfelipe