domingo, 19 de julho de 2020

O que é um Cristão? 6/12 Morte e Ressurreição de Cristo (parte 2)



E aqui é bom emitir uma nota de aviso. Não há nada mais comum do que ouvir muitos dizerem quando uma verdade é apresentada a eles: "Oh! Eu não sinto isso" e então, em razão da experiência deles, rejeitam a verdade. Fazer isso, porém, é muito iníquo, pois é praticamente estar nos colocando acima de Deus e é a própria essência do orgulho. A verdadeira humildade aceita como verdade tudo o que Deus diz e se alegra nas bênçãos: enquanto o orgulho e a incredulidade persistem, não é possível desfrutar das bênçãos porque Deus não está sendo crido. Esse é especialmente o caso da última passagem citada, pois a experiência dirá: "Oh! Não sinto que as coisas velhas já passaram, que tudo se fez novo e provém de Deus". A fé, pelo contrário, diz: "Eu sei que é verdade, porque creio em Deus". E o conhecimento das bênçãos assim recebidas pela fé não podem deixar de dar grande alegria. Aqueles que são ignorantes de Deus e Seus caminhos, estão sempre prontos para apregoar orgulho sempre que veem alguém aceitando com simplicidade as bênçãos que Deus assim livremente dá e se regozijando nelas; mas, na verdade, aqueles que aceitam são os humildes, e aqueles que se recusam a fazer assim, os orgulhosos. O segredo da recusa é, sem dúvida, o orgulho; pois a depravação total do homem natural não é aceita, e ainda se busca algo bom dentro de si; e, até que essa verdade seja aceita, nunca se poderá saber o que é estar "em Cristo" e não "em Adão", de forma alguma. Quando, no entanto, pela graça de Deus, uma alma é levada a aceitar a verdade, não apenas por ter cometido pecado, mas por ser tão corrupto, em sua natureza de Adão até o âmago, que ele não poderia ser melhorado (veja Romanos 8:7-8), e que a única coisa a ser feita a ele era, judicialmente, colocá-lo de lado totalmente pela cruz de Cristo e colocá-lo fora da vista de Deus; então, e não até então, ele será capaz de se alegrar com a bendita verdade de não estar mais em Adão, mas em Cristo. Assim, ele aprende que não apenas é perdoado e não condenado, mas também que mesmo aquele que cometeu os pecados deixou de existir judicialmente diante de Deus. Em Romanos 1:1 a 5:11, a questão dos pecados é abordada, e o completo perdão e justificação são trazidos à luz; de Romanos 5:12 a 8:39, um novo assunto é introduzido, não o dos pecados, mas do pecado, isto é, não são mais os pecados que cometi que estão em questão, mas a natureza corrupta que cometeu esses pecados. Pelos meus pecados há perdão; para a natureza corrupta não pode haver perdão, é, portanto, julgada e posta de lado por completo. O velho homem (isto é, a natureza corrupta de Adão) é crucificado e sepultado com Cristo (o batismo é o símbolo desse sepultamento), Romanos 6:3-6; e nós, os que cremos, que estávamos mortos em ofensas e pecados, somos agora vivos para Deus: "Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou" [isto é, pôs de lado] "o pecado na carne" (Romanos 8:2-3); De modo que agora, nós que cremos em Cristo, temos o direito de considerar-nos mortos de fato para o pecado, mas vivos para Deus por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor (Romanos 6:11). De fato, teremos que carregar a natureza corrupta conosco, mas temos o direito de considerá-la um cadáver; sabemos que Deus a deixou de lado; e não estamos mais sujeitos a ela, pois fomos libertados pelo Espírito de Deus para que possamos andar em novidade de vida.


Tradução do livro "What is a Christian?" de S.L. Jacob (1845-1911). Disponível em STEM Publishing: https://www.stempublishing.com/authors/Jacob/Jacob_What_is_Christian.html  Traduzido por André Boechat. andreestudosbiblicos.blogspot.com @andre_boechatfelipe